Psicóloga da Escola de Educação Infantil Ápice, Maria Rocha, dá dicas de como ensinar os filhos a lidar com dinheiro.
Num mundo às voltas com crises econômicas e excesso de consumo, nada mais adequado que inserir as crianças neste contexto de gastos, investimentos e economia – questões que devem ser, é claro, devidamente adaptadas ao universo infantil. Uma criança demanda despesas que vão além das necessidades básicas, como escola e alimentação.
A maioria dos pais sabe que, levando os filhos ao shopping, por exemplo, são inevitáveis os gastos com, pelo menos, diversão e lanche. Às vésperas do Dia das Crianças, correm ainda o risco da criança se encantar com algum brinquedo na vitrine – e muitos pais não sabem dizer não, mesmo quando a situação financeira da família não anda muito favorável.
A mesada, além de ser uma forma de enquadrar as despesas supérfluas dentro do orçamento doméstico, pode – e deve – ser um instrumento educacional. Segundo a psicóloga Maria Rocha, diretoria pedagógica da Escola de Educação Infantil Ápice (Morumbi, São Paulo), oferecer à criança uma quantia de dinheiro para sua própria administração, permite o exercício das escolhas e da responsabilidade.
“No começo, a maioria das crianças abusa do orçamento, gastando muito em pouco tempo. Com o tempo, aprendem a reconhecer o valor do dinheiro, definindo suas prioridades de investimento”, explica.
No entanto, a mesada não deve ser usada como um pagamento pelo bom comportamento ou retribuição de favores. “Muitos pais cortam a mesada em momentos de raiva ou a aumentam em horas de bom-humor”adverte a especialista. “Outros vigiam exageradamente os gastos do filho. A criança tem de saber que aquela quantia fixa é dela, e que é sua a escolha de como usá-la”.
Referente à quantia de dinheiro a ser dada à criança, a diretora do Ápice diz que deve ser compatível com orçamento familiar. “Caso a criança faça comparações com a mesada dos amiguinhos, é melhor deixar claro que a renda dos pais só lhe permite aquela quantia. É natural da criança querer sempre mais, estabelecer os limites compete aos pais”, finaliza.
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