O projeto, de arte, educação e lazer, voltado principalmente para crianças cegas ou com baixa visão, surdas ou com deficiência auditiva ou com deficiência intelectual, tem a chancela da Unesco e foi selecionado pelo “Criança Esperança”. O Festival deverá estar em 2023 em pelo menos seis cidades do País: São Paulo, Florianópolis, Rio de Janeiro, Ilhéus, Salvador e Brasília. A estreia acontece na quarta-feira, dia 12 de abril, às 10h30, na sala Kinoplex Itaim Bibi, em Pinheiros, com a exibição do filme “Meu Malvado Favorito”. Antes da sessão, serão distribuídos kits com pipoca e refrigerante para os 285 estudantes de Escolas Municipais de Educação Bilíngue para Surdos (EMEBS) e estudantes de Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs) com deficiência, da Rede Municipal de Ensino.
São Paulo será a primeira cidade do País a receber a temporada 2023 do inovador “Festival de Cinema Acessível Kids – a serviço da inclusão educacional”, que conta com a chancela da Unesco e foi aprovado para a 37ª edição do “Criança Esperança”. O projeto aproxima da sétima arte as crianças com deficiência visual, deficiência auditiva e com deficiência intelectual, e mostra como educação, cultura, tecnologia e solidariedade podem ser agentes de transformação e inclusão social. Este ano, além das sessões de cinema com as tecnologias de acessibilidade (audiodescrição, LIBRAS e Legendas descritivas) e as oficinas para Educadores Inclusivos, o projeto passa a ter uma Rede Virtual de compartilhamento de boas práticas Inclusivas.
A estreia acontece na quarta-feira, 12 de abril, às 10h30, na sala Kinoplex Itaim Bibi, na sala 5, à rua Joaquim Floriano, 462, em Pinheiros. com a exibição do filme “Meu Malvado Favorito”. Antes da sessão, serão distribuídos kits com pipoca e refrigerante gratuito para todas as crianças. Assistirão ao filme 285 estudantes de Escolas Municipais de Educação Bilíngue para Surdos (EMEBS) e estudantes de Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs) com deficiência, da Rede Municipal de Ensino.
O projeto nasceu há oito no Rio Grande do Sul, como Festival de Cinema Acessível, idealizado pelo empreendedor e musicista Sidnei Schames, o Sid, presidente da OSC Mais Criança (a proponente do projeto) e diretor da empresa Som da Luz. Logo na estreia, em 2015, seu filho, David, então com oito anos, não pode entrar no cinema, por não ter a idade necessária. Acabrunhado, exclamou: “meu pai criou um Festival Acessível para os outros; mas não é acessível para mim!”. Logo depois, transformou a indignação em projeto: “Pai, que tal a gente criar também um festival para as crianças? Já tenho até nome e slogan: ‘Festival de Cinema Acessível Kids, leve seu pai ao cinema!’”
Esse é o projeto que foi lançado em 2017 e, em 2022, recebeu a chancela da Unesco, foi aprovado para a 36ª do “Criança Esperança, saiu pela primeira vez dos limites do Rio Grande do Sul e percorreu outros estados, encorpado pela capacitação de professores de escolas da rede pública e privadas a serviço da inclusão educacional. Até hoje, em suas versões adulto e infantil, o Festival de Cinema Acessível foi assistido por 20.176 pessoas, em 37 cidades (São Paulo, Natal e Brasília, além de 32 no Rio Grande do Sul e duas em Santa Catarina), com um total de 108 exibições.
O “Festival de Cinema Acessível Kids – a serviço da inclusão educacional”, que tema produção do Som da Luz, conta com o apoio da Salesforce, Total Seguros, Bem Promotora, BRDE, Abraccio (Outback), Feijoada do Bolinha, Secretaria de Educação e Secretaria da Pessoa com Deficiência do Município de São Paulo, Studio.Z, Mundo Melhor e Senado Federal.
O Festival de Cinema Acessível Kids traz como diferencial a adaptação de obras cinematográficas infanto-juvenis, mas que fazem sucesso com a família toda. Oferece conteúdo acessível de qualidade para uma parcela da população privada do direito de ter acesso à magia do cinema. As ações de inclusão cultural para o público das pessoas com deficiência são raras e, quando existem, invariavelmente assistencialistas.
De acordo com Schames, os filmes têm audiodescrição das cenas para quem não enxerga, janela de libras para quem não ouve e legendas descritivas para quem não sabe Libras. “Para chegar às telas de cinema com toda a acessibilidade necessária, tudo é gravado em estúdio. É preciso de tecnologia e muita sensibilidade”, diz. E acrescenta: “Todos somos diferentes, mas podemos compartilhar uma mesma sala de cinema. Nas sessões tem o pai com deficiência visual, com o filho que enxerga; a filha com deficiência auditiva com a mãe que escuta, crianças com deficiência intelectual ou mental…e todos estão juntos se divertindo dentro do cinema”. David, hoje com 16 anos, diz: “criamos o Festival para todo mundo ser igual. Não igual no sentido de ter as mesmas características, mas os mesmos direitos e possibilidades. É um momento de inclusão estar todo mundo, pessoas com e sem deficiência, assistindo ao filme.”
Quando David e Sid contam sobre pessoas sem deficiência, se referem também a quem vai às exibições como um exercício de aprendizado e empatia. “Fizemos sessões em escolas, onde as crianças assistem aos filmes de olhos fechados para sentir como é um mundo sem imagens. Assim, esses alunos se colocam na posição do Outro e aprendem a entender e respeitar as diferenças”, reflete Sid.
Para 2023, há muitos planos. Com a participação no “Criança Esperança” e os apoios conquistados, o projeto deverá viajar para ao menos seis cidades do País: Florianópolis, Rio de Janeiro, Ilhéus, Salvador e Brasília, além de São Paulo.
Sid destaca as oficinas para educadores. Iniciadas no ano passado. “Temos conseguido contribuir com os educadores para fazer o acolhimento de forma adequada. Assim, cumprimos uma função muito importante, já que aumentamos – e precisamos ampliar ainda mais – a velocidade dessa mudança na sociedade. Se mostramos que a inclusão é perfeitamente possível, ela se torna natural. Estamos fazendo parte de uma história importante, do caminho da acessibilidade, do tudo para todos”, diz Schames, que espera atrair mais cidades e apoiadores ainda em 2023, à medida que o projeto se tornar mais conhecido.
Sobre a Rede Virtual de compartilhamento de boas práticas inclusivas, Sid Schames conta que a novidade incluiu a criação de um Portal que abrigara o site da OSC Mais Criança e “outras instituições que também trabalham com a Diversidade, Inclusão Social e Cultural, Acessibilidade e outras questões que combatam as desigualdades e a discriminação”. E acrescenta: “o portal também terá uma sala de trocas de boas práticas sociais dos participantes dos nossos eventos, já que essas experiências e conhecimentos devem ser compartilhados”.
Sobre o Festival de Cinema Acessível Kids
O Festival de Cinema Acessível Kids é um projeto inovador, de inclusão social de crianças e adolescentes com deficiência, nas áreas de educação, cultura e lazer, que se apoia em duas grandes ações: capacitação de professores para a inclusão social e o Festival de Cinema Acessível Kids (com acesso universal). O Festival, que tem entrada franca, possui três tecnologias assistivas. Proporciona o convívio de pessoas com e sem deficiência nas salas de projeção e permite iguais oportunidades de entendimento, diversão e emoção, além do uso de outros recursos como vendas para os olhos e personagens em forma de bonecos, para uma experiência táctil. A ideia do uso de máscaras é propor um exercício de colocar-se no lugar do outro, com vistas à inclusão.
Nascido no Rio Grande do Sul, em 2015, como Festival de Cinema Acessível e, a partir de 2017, também com a versão Kids, em 2022 foi expandido, através do projeto proposto pela OSC Mais Criança. Igualmente importante foi a presença de familiares, crianças, adolescentes e jovens não PCDs, para que pudessem vivenciar a mesma realidade e favorecer o exercício da empatia e a oportunidade de repartir momentos de lazer e cultura.
As obras do Festival contam com os recursos de audiodescrição, legendas descritivas e Língua Brasileira de Sinais. A audiodescrição permite ao público com deficiência visual (pessoas cegas ou com baixa visão) ter acesso aos filmes através da descrição dos elementos visuais da obra. Pesquisas demonstram que esse recurso beneficia, ainda, espectadores com autismo, Síndrome de Down, déficit intelectual e dificuldade de concentração.
As legendas e a janela de Libras trazem acessibilidade ao público com deficiência auditiva. Além dos filmes acessíveis, o Festival promove uma recepção acolhedora do público, para que todos se sintam bem e possam aprender uns com os outros a partir das sessões de cinema. “Tivemos casos de pessoas que fizeram curso de Libras para poder se comunicar com pessoas surdas a partir da experiência que tiveram nas edições anteriores. O Festival Kids é muito mais do que a exibição de filmes acessíveis. Trata-se de uma oportunidade de troca e aprendizado”, afirma Schames.
No Criança Esperança, assim como no ano passado, está previsto, no âmbito educacional do projeto, a formação de educadores inclusivos. O projeto tem como foco desencadear um processo de inclusão educacional e social das crianças, adolescentes e jovens com deficiência; LGBTs e com HIV/AIDS, tendo em vista a grande evasão causada pela pandemia. Para valorizar a educação e lutar contra a evasão escolar, o projeto busca atuar de forma mobilizadora e fortalecer os vínculos de alunos e professores, através de atividades lúcidas que despertem o interessante de crianças e jovens no convívio entre os diferentes. “Já no ano passado passamos a ter o Festival de Cinema Acessível Kids a serviço da educação alicerçado em duas grandes ações: a capacitação de professores das escolas públicas em inclusão social, em oficinas de seis horas, para grupos de até 25 professores; e a exibição de filmes acessíveis com um debate após a sessão”, conta a coordenadora da técnica do projeto, Cintia Bonder, mestre e doutora em Serviço Social e vice-presidente a OSC (Organização da Sociedade Civil) Mais Criança.
“O investimento na formação das crianças garante uma sociedade melhor no futuro. Ações como esta do Festival possibilitam que as crianças e jovens já cresçam em um contexto que acolhe e respeita as particularidades de cada indivíduo. Estar em um ambiente com pessoas com deficiência e pessoas sem deficiência, com todos assistindo a um filme de forma independente, provoca de maneira efetiva o pensar no que realmente podemos e sobre o que precisamos para exercer o nosso direito à cidadania. O acesso à cultura é fundamental. É notável a diferença na formação do adulto se já na infância houver a convivência e a troca entre crianças com e sem deficiência”, diz o presidente da Mais Criança e diretor da Som da Luz, responsáveis pelo Festival.
Lei de Inclusão
Em dezembro de 2015, a Lei Brasileira da Inclusão surgiu para reforçar o direito das pessoas com deficiência quando, em seu primeiro artigo, diz que “é instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando a sua inclusão social e cidadania.”
A participação das pessoas com deficiência é um direito inquestionável, porém ainda não é concreto e pleno. “As leis existem, mas na prática não são cumpridas. Por isso entendemos que projetos como esse, que promovem a acessibilidade e inclusão de todos, ainda são fundamentais. O Festival de Cinema Acessível Kids oferece conteúdo acessível de qualidade para uma parcela da população que é privada do direito de ter acesso à magia do cinema. As ações de inclusão cultural para o público das pessoas com deficiência são raras e, quando existem, invariavelmente assistencialistas”, diz Schames.
O Festival de Cinema Acessível Kids, assim como o Festival de Cinema Acessível, segue os direcionamentos presentes nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, definidos pela ONU. Contribui diretamente para a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, promove a oportunidade de aprendizagem, crescimento inclusivo e sustentável da sociedade e oportuniza trabalho digno para todos (pessoas com e sem deficiência). “Estamos alinhados com os objetivos do desenvolvimento sustentável – ODS 4, ODS 8 e ODS 10 – e participamos diretamente da agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável”, conta o presidente da Mais Criança.
Títulos do acervo da Som da Luz na edição Kids
Avatar 1, Harry Poter 1 e Aladdim, Malévola; Meu Malvado Favorito; Universidade Monstro; Frozen Uma Aventura Congelante e Divertida Mente.
Sobre a OSC Mais Criança
A OSC atua na defesa e promoção dos direitos humanos para a inclusão social, desenvolvendo e adotando tecnologias e abordagens inovadoras com a acessibilidade universal. Tem como referência os ODSs, em especial aqueles voltados para o desenvolvimento socioambiental, a educação, a cultura e a saúde, em busca de uma sociedade democrática equitativa e com acesso e participação de todos.
0 Comments