Crise política: como pais e educadores devem tocar no assunto com crianças e jovens?
Para especialista, a política faz parte da formação do aluno
e deve ser levada à aula, mas papel do educador é o de mediador.
A polarização política vivida pelo Brasil nos últimos meses chegou até as escolas, onde alunos discutem sobre questões partidárias e professores buscam maneiras de abordar o assunto. Dentro desse contexto, pais e educadores questionam: será que a política deve ser levada para dentro da escola?
De acordo com Fabricio Vieira de Moraes, gerente pedagógico do Sistema de Ensino SER, a resposta é “sim”, já que a política faz parte da formação de qualquer cidadão. “Como um ambiente plural, não há como a escola ficar de fora desse processo”, diz. Mas há ressalvas: “o professor deve tomar cuidado para não incutir opiniões pessoais e dogmáticas durante a aula”, opina.
Se isso acontecer, o educador rompe com o direito de o aluno discordar, o que pode levar a sérias consequências. “Ao longo do caminho, podemos formar uma geração com baixo senso crítico, passiva, que se apoia em opiniões prontas”, avalia.
Fabricio explica ainda que o educador deve trabalhar no campo científico, o qual deve ser levado à sala de aula para que o aluno tome suas próprias decisões, e deixar claro sua função de mediador dentro do debate.
Nesse ponto, o diálogo é fundamental na formação de cada indivíduo, principalmente em relação aos adolescentes, que aos 16 anos já podem votar. “É fundamental que os jovens acompanhem a democracia, que compreendam o país e o estado democrático de direito, exercitando o diálogo e a tolerância”.
Mas como lidar com questões tão polêmicas nas aulas se muitas vezes os alunos apenas reproduzem as opiniões dos pais? Na visão de Fabricio, as famílias devem ter total cuidado na hora de expressar suas posições.
“Os pais são os maiores influenciadores dos filhos, então é importante que haja espaço para ouvir a opinião diferente. Somente assim, a criança ou o adolescente, quando se deparar com visões opostas, conseguirá aceitar o outro”, avalia o gerente pedagógico.
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