A Editora Manole acaba de publicar o clássico canadense Pai ausente, filho carente, de Guy Corneau. O livro propõe uma profunda e sensível reflexão sobre o silêncio entre pai e filho, seja pela ausência física ou afetiva, e as consequências e impactos na vida do homem. Estudos mostram que, em uma proporção de quatro homens para uma mulher, eles são mais acometidos pelo alcoolismo e toxicomania; além disso, dominam, em uma proporção de três para um, os suicídios e os comportamentos de alto risco; e também estão em maior número no que se refere à esquizofrenia. “A ausência frequente do pai e de modelos masculinos perante a criança parece explicar algumas dificuldades de comportamento ligadas à afirmação da identidade sexual no homem”, relata o autor na introdução da obra.
Por que os homens têm medo da intimidade? Por que alguns recorrem à agressividade? Por que muitos se sentem compelidos a assumir o papel de heróis, de eternos adolescentes, de conquistadores ou de meninos comportados? Guy Corneau apresenta, no livro, diversos casos clínicos acompanhados por ele durante três anos. “Trato nesta obra da falta de alicerce nos homens de hoje. Falo dessas penúrias de homens que se confessam em grupos e do que ouço todo dia na solidão do meu consultório de analista. Detalho o que começamos a abrir e a explorar juntos, ou seja, a fragilidade da identidade masculina”, afirma.
Segundo especialistas, na infância e adolescência, os homens apresentam mais frequentemente que as mulheres um atraso mental, distúrbios de atenção associados à hiperatividade, problemas de conduta, hiperansiedade, tiques transitórios ou crônicos, sonambulismo e terror noturno, autismo, transtornos de desenvolvimento persistentes e específicos, como a dislexia. Na idade adulta, eles ocupam um lugar significativo nas categorias dos transtornos da personalidade paranoide, compulsiva e antissocial (como atesta o número elevado de casos nas prisões). Além disso, os homens dominam de longe em matéria de transexualidade, de homossexualidade e de perversões sexuais.
Para o autor, não há modelo de homem ideal, do mesmo modo que não há família ideal. “Todos nós viemos de um passado mais ou menos deficiente que nos projeta para frente, forçando-nos a adaptações criativas. Não são os pais e as mães que julgo neste livro, mas sim o silêncio que envolveu a todos nós. O papel dos filhos é, agora, quebrar esse silêncio. A alma do mundo, que se esconde sempre que há perturbação e desordem, age agora sobre os homens. Estamos sentados na cadeira ardente da mudança”, finaliza.
Esta é uma obra imprescindível não só a estudantes e profissionais de psicologia e terapia junguiana, mas a todos que têm interesse em compreender melhor a condição masculina.
Pai ausente, filho carente
ISBN: 9788520439821
de Guy Corneau, tradução de Fernanda Silva Rando
Formato: 15,5 x 22,5 cm, 185p., R$ 59,00
Editora Manole, 2015. www.manole.com.br
Gostaria muito de pedir o auxílio de vocês. Meu marido sofre a quase 2 anos por não ver e nem saber como está seu primeiro filho. Peço encarecidamente que ajudem a divulgar o caso dele. O site é o http://www.direitodeserpai.com.br Desde já agradeço pela atenção.