Sempre achei o dia dos pais um dia comercial, e acho o mesmo sobre o dia das mães, das avós, das crianças, etc. Mas mesmo sendo um dia comercial é inevitável não comemorar esta data, seja nas enormes filas dos restaurantes, seja na casa de algum parente. E, obviamente, não pode faltar o presente!
Minha esposa vem me perguntando ha mais de duas semanas o que eu quero de presente, mas eu não respondi até hoje. Não respondi porque não acho que exista nada material que represente a alegria de ser pai.
Também não respondi o que eu quero de presente porque eu ganho um presente todos os dias ao acordar e ouvir minha filha feliz brincando e cantando enquanto se veste para ir para a escola. Ganho outro presente ao vê-la feliz, pedindo para ir tomar café da manhã ao meu lado e comer as cascas de pão que ela tanto ama.
Ganho outro presente ao levá-la para a escola todos os dias e feliz da vida ela vai cantando comigo todos as músicas que ela sabe, vai me falando os ônibus e suas cores e me avisa toda vez que passamos por um “Castelo” (é assim que ela chama os prédios da Faria Lima).
Ao chegarmos na escola ganho mais presentes! Ela fala “Vai Corinthians!” para o segurança da escola, cumprimenta com um sorriso a todos que nos param pelo caminho, sempre entra na escolinha sem chorar e sorrindo para os amiguinhos e para a professora que ela adora.
Aí chega a parte ruim do dia… a de me despedir dela e não saber se chegarei em casa a tempo de vê-la acordada.
Mas na maioria das vezes ganho mais presentes ao chegar do trabalho. O primeiro, e melhor deles, é quando chego em casa e, antes mesmo de trancar a porta, ouço os gritos “Papai, papai!!”, e ao abrir a porta da sala sou recebido com aquele sorriso único, sincero, aquele abraço que somente ela sabe dar e o beijo apertado e grudado que eu sempre peço pra ela me dar. E ela me dá!
Os presentes continuam chegando quando ficamos brincando no chão, enquanto ela divide a atenção brincando comigo e assistindo a Turma do Mickey. Mais presente chegam quando ela fala: “Desenhar papai” e vamos juntos sentar na cadeirinha e fazer letras, números e desenhos coloridos. O cansaço dela vai aumentando, mas eu ganho mais presentes quando ela resolve brincar de “Menina de Circo” e pede para ficar de pé nos meus ombros.
O sono vai chegando, e mesmo assim ela me dá mais presentes. Ela pega as bonecas e pede pra brincar (sim, nós papai também brincamos de boneca!). Depois pega sua moto e capacete e corre pela casa. Exausta ela levanta a bandeira branca, pede o leitinho, e se encaixa no meu colo para ver seus últimos minutos de TV antes de ir pra cama.
O dia vai chegando ao fim e com ele o final de semana se aproxima. Os próximos presentes vão chegar quando eu posso vê-la acordar toda descabelada e feliz. Quando ela me pede para ir andar de bicicleta no Ibirapuera ou na Ciclofaixa ou para levá-la ao clube para brincar no parquinho.
São pequenos e deliciosos presentes como este que fazem com que não exista nada de material que represente a alegria de ser pai.
Mas mesmo assim eu vou ganhar um presente de dia dos pais. E ele vai chegar um pouco atrasado, talvez 1 ou 2 semanas. Trata-se de outra menina, que vai me dar outros muitos presentes e que vai brincar muito com a sua irmãzinha.
Sou feliz em dobro!
Mas nada disso seria possível sem a pessoa que me proporcionou tudo isso. Obrigado pela duas princesas que você me deu de presente e que fazem com que todos os dias seja o dia dos pais.
Te amo!
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