Muitos pais crêem que frases como “te levo ao parque se não bater no seu irmãozinho” ou “se você ficar quietinho te compro um chocolate” são eficazes para garantir o bom comportamento dos filhos. No entanto, segundo especialistas, “negociar” pode ser nocivo para a educação da criança, pois ela aprende a sempre recorrer a isso para obedecer aos pais.
“O bom comportamento que o pai ou mãe consegue dos pequenos através da chantagem é momentâneo, dura somente até a recompensa ser recebida”, explica a psicóloga Susana Orio, coordenadora da unidade Infantil e Fundamental I do Colégio Madre Alix, em São Paulo.
Para a psicóloga clínica Ana Cássia Maturano, as recompensas devem ser dadas pelos pais sem serem prometidas, como uma surpresa. “Dessa maneira, a criança entende que, obedecendo aos pais, pode ser recompensada”, ensina. “Isso gera um bom comportamento contínuo, não momentâneo” Susana complementa. “O prêmio deve representar o reconhecimento dos pais pela boa ação do filho, não uma troca”.
Geralmente, a criança interpreta o “se” como se os pais não acreditassem que ela não é capaz de fazer algo caso não receba nada em troca. Ela incorpora esse pensamento e é capaz de agir mal para comportar-se bem caso os pais prometam recompensa. “Os pais acabam ajudando a criança a se tornar chantagista”, define Ana Cássia.
Ana Cássia Maturano é psicóloga clínica em São Paulo, co-autora do livro Puericultura – Princípios e Práticas (Ed. Atheneu), onde aborda aspectos relacionados a ‘estimulação cultural da criança’ e colunista de Educação do G1. Suzana Orioé psicóloga e coordenadora pedagógica do colégio Madre Alix.
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