Férias em movimento: dicas para ajudar a manter crianças ativas e longe das telas

Com viagens restritas, isolamento físico e escolas fechadas, crianças devem ficar mais tempo em casa; veja como estimular atividades que priorizam o desenvolvimento motor e o exercício corporal

A pandemia e o isolamento social afetaram radicalmente hábitos e comportamentos de crianças e adolescentes no que diz respeito aos estímulos motores que são fundamentais para o desenvolvimento de habilidades básicas do dia a dia. As escolas, em geral, são um meio de desenvolvimento importante para a formação da base motriz, e com a chegada das férias escolares, os pais se vêem novamente diante do desafio de manter os filhos em movimento.

De acordo com a assessora pedagógica do time de formação de professores do Sistema Positivo de Ensino e doutoranda em Fisiologia do exercício, Juliana Landolfi Maia, os problemas do sedentarismo podem ser atribuídos não apenas à falta de movimento, mas também à estimulação proporcionada pelas atividades substitutivas, como jogos e filmes em smartphones, tablets, videogame e televisão. “Pesquisas recentes apontam que crianças estão se movimentando cada vez menos e que o tempo em frente às telas pode ser um fator preocupante quando nos referimos à saúde”, alerta Juliana.

Para ajudar os pais neste período de férias a manter seus filhos longe das telas, a especialista separou algumas dicas de atividades que vão incentivar os pequenos a movimentar o corpo.

Crianças de 2 a 3 anos

Montar circuitos de caixas de papelão em diferentes tamanhos e incentivar a criança a se deslocar pelo caminho. As caixas também podem ser usadas para cenários e encenações. Vale a pena utilizar materiais disponíveis em casa para estimular a criança a criar os próprios brinquedos. Outra sugestão para essa faixa etária é incluir brinquedos que simulam movimentos de pinças e blocos de encaixes. Para fortalecer o corpo, uma brincadeira interessante é “Morto-Vivo”, que consiste em agachar (morto) e ficar com o corpo ereto (vivo). Essa atividade promove o fortalecimento muscular e das articulações das pernas, além de ajudar na coordenação motora e equilíbrio.

Crianças de 4 a 5 anos

Promover brincadeiras que envolvam dança e movimentos normalmente costuma ser muito bem aceito para essa faixa etária. Outras opções são jogos que envolvam personagens e um ambiente acolhedor com brinquedos e materiais disponíveis em casa. Uma alternativa que funciona bem é incentivá-los a criar seus próprios jogos e envolver a família toda na brincadeira. Vale brincar com papéis coloridos, tinta, bolas e colocar a imaginação para funcionar. Para quem tem mais espaço, boas sugestões são brincadeiras como pique-pega, esconde-esconde e cabo-de-guerra. Elas auxiliam, respectivamente, na movimentação dinâmica por conta do abaixar, pular e correr em várias direções, desenvolvendo também o condicionamento cardiorrespiratório e o fortalecimento da musculatura de braços e pernas, usando as articulações para gerar força.

Crianças de 6 a 8 anos

Nessa idade, as crianças exploram muito o mundo da imaginação. Vale a pena sugerir jogos com desafios que ajudam a criar habilidades específicas e senso de competição, além de aproveitar ideias de jogos e passatempos populares, fazendo uma pesquisa com avós, tios e pessoas próximas sobre brincadeiras da infância. Esse resgate, além de muito divertido, pode trazer experiências inesquecíveis para toda a família.

Crianças de 9 a 12

Para os maiores, vale a pena explorar a movimentação em atividades com bolas ao ar livre, ou então, preparar uma playlist e gravar sequências coreográficas para que as crianças acompanhem. Outras atividades que podem ser incentivadas são salto de corda, pular o elástico, queimada e carrinho de mão. O jogo de queimada desenvolve a força e agilidade, e o carrinho de mão estimula os músculos dos braços, a coordenação motora e o abdome. A especialista reforça ainda que a alimentação e a qualidade do sono são aspectos que precisam ser observados. “Reduzir os alimentos processados e cuidar da higiene do sono das crianças, incentivando-as a ficarem sem as telas no período que antecede a hora de dormir, pode fazer a diferença e auxiliar nos mecanismos fisiológicos e de desenvolvimento dessa fase”, acrescenta Juliana.

A partir de 12 anos

Em relação aos adolescentes, a preocupação é com os transtornos relacionados à ansiedade provocados pelo distanciamento social, incluindo distúrbios do sono. Nesse contexto de férias é comum que haja uma necessidade maior de convívio social, que muitas vezes é substituída pelos jogos online e uso de Redes Sociais. Os pais devem observar e orientar os filhos a fim de evitar a privação do sono, ocorrência comum quando os adolescentes jogam on-line durante a madrugada, por exemplo. Isso pode interferir no desenvolvimento físico, cognitivo e emocional. Com os devidos cuidados sanitários locais, a família deve optar por atividades ao ar livre. Para os adolescentes, o ideal é estimular a prática de esportes individuais como corridas de longa e curta distância, patinação, passeios de bike, caminhadas em trilhas, entre outros.

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