Em casa ou no trânsito, as principais causas de mortalidade infantil podem e devem ser evitadas.
Os acidentes domésticos estão entre as principais causas de morte de crianças com até 10 anos de idade. Por conta dos altos índices, o Ministério da Saúde promove campanha permanente de prevenção desse tipo da fatalidade com índices animadores: os números estão diminuindo. De 2000 a 2010, foi registrada queda de cerca de 30% das mortes.
De zero a quatro ano
Contudo, a pouca idade pede cuidados redobrados. Dos recém-nascidos até os 4 anos de idade, ainda indefesos, os pequenos são totalmente dependentes dos adultos. Nesta faixa etária, a atenção deve voltar-se a possibilidade de lesões mais específicas, como asfixia (sufocação, engasgo), queimaduras, afogamento, quedas (colo, trocador, cama), contusões e intoxicações (medicamentosas). Segundo a Dra. Regina Maria Gikas, membro da Sociedade de Pediatria de São Paulo, algumas dicas simples para prevenir acidentes nesta idade são: verificar a temperatura do banho e da mamadeira, amamentar sempre no colo e nunca usar medicamentos sem receita.
Perigo em casa
A casa é o ambiente no qual os filhos tendem a passar grande parte do dia, especialmente nas férias, e está repleta de ‘armadilhas’. Algumas são facilmente identificadas como possíveis objetos de risco e os pais rapidamente os retiram de cena. Mas há aqueles que surpreendem até os mais cuidadosos. A infraestrutura da residência também guia a preocupação dos pais. Ambientes com escadas requerem maiores cuidados. O ideal seria introduzir pequenos portões em suas extremidades e grades laterais, a fim de dificultar o acesso desacompanhado dos pequenos e evitar possíveis quedas.
Confira as dicas
COZINHA: este é o cômodo de maior tensão, no qual adultos devem depositar especial preocupação em facas e tesouras, objetos cortantes e pontiagudos, torneiras e fios elétricos, fogões, botijão de gás, forno, pisos molhados ou oleosos e materiais de limpeza. Objetos fora de lugar ou em lugares indevidos, como fósforos em cima da mesa ou panelas de fogão em bocas frontais são bastante perigosos. É aconselhável utilizar de preferência as bocas de trás do fogão, com os cabos das panelas voltados para dentro.
QUARTOS: tanto da criança, como do casal, possuem pontos dignos de atenção redobrada. Não devem jamais estar ao alcance das crianças, em criados mudos, por exemplo, remédios ou isqueiros. Atenção também às cortinas, à falta de grade em janelas e sacada, móveis com quinas pontiagudas e tapete escorregadio.
ALERTA: em qualquer ambiente da casa, um ponto que merece destaque é a tomada. Extremamente perigosa, elas parecem chamar a atenção dos pequenos curiosos mais do que o comum. Para evitar que insiram os dedos ou outros objetos nas tomadas, o ideal é mantê-las todas tampadas com protetores específicos.
TRÂNSITO: Os meios de transporte também precisam oferecer condições seguras de locomoção. Os cintos de segurança são a primeira medida. Porém, se muito pequenos, os filhos devem viajar nas ‘cadeirinhas’, que devem ser instaladas nos bancos traseiros. Aliás, vale aqui um alerta: qualquer criança até os 10 anos deve ficar restrita à parte de trás dos veículos. Voltando à cadeirinha, o aparato é de grande importância principalmente frente a batidas ou outros tipos de acidentes, prevenindo a expulsão da criança do veículo. O artefato também protege as partes mais resistentes do corpo, distribuindo a força da colisão por toda a área corpórea, ajuda o corpo a desacelerar no momento da colisão e protege a cabeça e a coluna vertebral. Há diversos modelos de cadeirinhas, de acordo com a faixa etária da criança. Todas, no entanto, devem atender a algumas recomendações gerais, como a correta instalação e fixação do aparelho pelo cinto de segurança do veículo. Aos pais, cabe a tarefa de dar o bom exemplo, utilizando sempre o cinto de segurança.