Co-parentalidade virtual, uma nova configuração familiar.
por Breno Rosostolato – A web vem revolucionando a maneira das pessoas obterem informações sobre tudo e todos. A internet está não só propiciando formas muito particulares de relacionamentos, como vem criando novas reflexões sobre o mundo e o comportamento do ser humano. Estamos mais críticos e fiscalizamos com mais atenção, porque o acesso à informações está bem mais fácil. Os pensamentos se modificam e alicerçado a isso, as pessoas se permitem novas experiências, rompem tabus e estão fazendo escolhas antes inimagináveis. Amor e sexo são dois fenômenos sociais que não se baseiam no afeto ou só no prazer. São aspectos que requerem praticidade e mais desenvoltura. O sexo casual já é uma realidade, os desejos vividos com mais liberdade, a autonomia é a base das escolhas individuais e com isso, alguns conceitos e regras antigas necessitam ser atualizadas. Isso acontece, por exemplo, com a concepção dos filhos e a obrigatoriedade de um vínculo amoroso entre os pais, o casamento e a instituição familiar.
O casamento no século XII era visto como negócio. Era uma maneira das famílias ampliarem suas terras, enriquecer por conta do casamento dos filhos. Diga-se de passagem, o matrimônio só acontecia se os interesses financeiros mútuos dos pais dos noivos fossem concretizados. O amor não era um sentimento importante para fazer parte das relações amorosas nesta época. O casamento não possuía laço afetivo e o amor era compulsório. É com advento do amor romântico, uma relação romanceada, que se internaliza o conceito de exclusividade e, portanto, casar significa em viver ao lado do outro. Uma relação que implica em exclusividade, mas que gera também a noção de posse do companheiro. O amor experimentado nestas condições causa idealizações que, na maioria das vezes, não são correspondidas. Ao que tudo indica, a internet ajuda na reconfiguração das famílias e do casamento. Sites estão surgindo para promoverem parcerias de paternidade.
Sites como o “PollenTree.com”, “Coparents.com”, “Co-ParentMatch.com”, o “MyAlternativeFamily.com”, o “Modamily.com”, e o “Family by Design” surgem com o intuito de favorecer o encontro entre pessoas que procuram um novo tipo de arranjo familiar, mais conhecidos como “parceria de paternidade”. Pessoas que querem ter filhos sem estabelecer vínculos amorosos, não buscam o amor, mas desejam acima de tudo serem pais. Enquanto alguns escolhem serem pais solteiros, para outros, a solidão é muito angustiante e não é positivo para elas ou para a criança. Veem nestes sites a possibilidade de apoio compartilhado para se ter e criar um filho. A busca por estes sites cresceram significativamente desde 2011 e é procurado tanto por heterossexuais como por homossexuais. A maioria dos participantes desses sites são mulheres, entre 30 e 45 anos, que decidiram primeiro investir na profissão para só mais tarde pensar em engravidar, mas homens também demonstram interesse nessa possibilidade.
O usuário precisa se cadastrar, cria um perfil e dizer como gostaria de criar um filho. Um outra pessoa, caso se interesse, inicia uma conversa e ambos decidem como vão engravidar, criar e educar esse filho. Quando a criança nasce, os pais têm sobre ele o poder familiar. Esta configuração familiar é conhecida como “Co-Parentalidade”. Desta maneira, duas pessoas podem compartilhar os cuidados e a educação de uma criança sem, necessariamente, estabelecerem vínculo amoroso ou ter que morar juntos. Existe uma família nestas condições e que se afasta da concepção tradicional. A co-parentalidade é uma forma antiga de se criar os filhos e abre também a possibilita para homossexuais que desejam ser pai ou mãe.
Os defensores da co-parentalidade através do vínculo entre os candidatos a pais em sites da internet defendem que a criança é a maior beneficiada. Pessoas que ponderam antecipadamente como querem e com quem ter um filho. Levando-se em conta que esta antecipação não prevê todas as implicações geradas por um relacionamento deste tipo, refletem a favor de uma organização que muitos casais tradicionais não possuem, pois, muitas vezes, o filho é fruto do imediatismo do casamento e das imposições sociais. Este formato de co-parentalidade seria uma alternativa menos constrangedora e conflituosa do que em casos da barriga de aluguel ou inseminação artificial.
Este filho deve ser atendido, acolhido e educado com a presença e participação destes pais e independe se eles moram juntos ou não, com vínculo afetivo ou não. A diferença desta configuração familiar em nada deve comprometer o desenvolvimento da criança. O desejo da maternidade e da paternidade deve ser o alicerce para a decisão de se ter um filho nas condições da co-parentalidade e que os dois precisam superar as dificuldades inerentes desta escolha.
Breno Rosostolato é psicólogo e professor da Faculdade Santa Marcelina.
Breno Rosostolato liked this on Facebook.
Olá, acredito que temos uma opção para você que busca uma nova modalidade de arranjo familiar: a coparentalidade!
Coparentalidade não tem de ser o resultado de uma separação ou divórcio feio; na verdade coparentalidade é muitas vezes uma parte muito agradável da parentalidade, paternidade e maternidade, seja gay ou lésbica, seja de quem por algum ou outro motivo não pode realizar o sonho da paternidade ou maternidade pelas vias comuns. Se você sonha em ser pai ou mãe e está solteiro, em um relacionamento com quem não deseja reproduzir, ou mesmo em um relacionamento do mesmo sexo, você pode querer considerar coparentalidade antes de se envolver em um processo como “barriga solidária”, adoção ou de inseminação artificial, que pode ser caro, demorado e complicado.
Comece hoje, leia perfis e conheça histórias, considere anúncios de potenciais co-pais e co-mães. Este espaço serve para discutir pontos de vista com possíveis co-pais e co-mães sobre concepção, gravidez e educação, e dependendo de suas circunstâncias você pode pesquisar através de anúncios para héterossexuais ou homossexuais, solteiros ou casair. Tudo isso depende de suas preferências e compatibilidades.
Contate-nos e integre nossas comunidades e grupos no Facebook:
Página Coparentalidade:
https://www.facebook.com/Coparentalidade-511405209036169/
Grupo Coparentalidade:
https://www.facebook.com/groups/1233141993378224/?ref=bookmarks
Grupo Secreto: Coparentalidade + Parceria
https://www.facebook.com/groups/417095255154735/
Também temos um grupo no WhatsApp, fale conosco no Facebook e te explicamos tudo.http://coparentalidade.blogspot.com.br/