por Paulo Fernando Silvestre Jr – Uma sinistra brincadeira está se popularizando em escolas de vários países, inclusive no Brasil: crianças e adolescentes simulam os jogos que aparecem na série “Round 6” (Netflix) e surram os perdedores.
A produção sul-coreana se tornou a mais vista na história dessa plataforma. Na história, 456 pessoas endividadas topam participar de uma competição criada a partir de versões de jogos infantis. O vencedor leva um prêmio equivalente a R$ 213 milhões. O problema é que todos os demais morrem ao longo dos jogos. E é essa barbárie que vem incentivando a violência nas escolas.
Especialistas afirmam que não se pode creditar esse comportamento apenas à série. Ela pode até funcionar como inspiração, mas essas crianças já seriam predispostas a tais agressões. De qualquer forma, o acesso ao conteúdo (cuja classificação etária é de 16 anos) é muito simples, mesmo para crianças, pois elas usam livremente a Netflix em suas casas.
Psicólogos e educadores afirmam que, diante da facilidade atualmente de se consumir conteúdos como esse, os pais precisam estar atentos a seus filhos. É muito importante que eles sejam orientados e se sintam acolhidos. Assim, quando se depararem com algo assim (e isso acontecerá inevitavelmente), terão mais recursos para lidar com essa informação de maneira positiva e equilibrada.
“Round 6” está sob os holofotes pelo seu incrível (e, de certa forma, inesperado) sucesso. Mais de 111 milhões de pessoas assistiram a seus episódios nas primeiras quatro semanas no ar. Entretanto outros casos relativamente recentes despertaram grande preocupação com crianças e adolescentes.
Em 2017, o jogo “Baleia Azul” surgiu com 50 tarefas que adolescentes executavam, envolvendo automutilação e culminando no suicídio. Dois anos depois, foi a vez da Momo, uma boneca fantasmagórica que estaria invadindo o YouTube Kids para convencer crianças a fazer coisas como se cortar e até mesmo matar os pais. E há a suposta influência dos games, que sempre é citada aqui e ali.
A maioria dessas histórias acabam tendo pouco fundamento, mas a educação midiática se torna cada vez mais crítica. Pais e educadores têm um papel central e devem recorrer a ajuda profissional, se necessário. Mas nada substitui o carinho, a presença e a confiança entre pais e filhos.
Para entender um pouco mais sobre esses casos, convido você a assistir ao vídeo da minha Pílula de Cultura Digital dessa semana.
fonte: O Macaco Elétrico / Paulo Fernando Silvestre Jr
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