por Cíntia Maria Falaschi – Ensino de inglês: este é um tema que certamente vem fazendo – e fará cada vez mais – parte das preocupações de quem trabalha com educação no futuro próximo. As famílias começam a acompanhar mais de perto o trabalho realizado e os resultados do ensino de inglês. Pode ter certeza: a pressão vai aumentar.
Há muitas razões para isso. Um conjunto de fatores, como a globalização acelerada, a derrubada de fronteiras e territórios provocada pela comunicação on-line, a demanda dos negócios internacionais, a inclusão crescente de cidades brasileiras em roteiros planetários de moda, esportes, música – tudo isso vem tornando o inglês muito mais do que um verniz cultural. Trata-se de um prerrequisito verdadeiro para a inserção na cultura contemporânea.
Bem, e o que a escola tem com isso? Tudo! Preparar para a vida, para o mundo, para o trabalho, qualquer que seja o nome que se dê à missão da escola, agora também implica formar jovens proficientes no uso do idioma no qual é fechada a imensa maioria dos negócios internacionais e se produzem 90% dos papers científicos.
O problema é que até hoje os colégios se limitaram a um protocolar ensino de inglês, sem qualquer aferição de qualidade. Raríssimas são as escolas que estimulam seus alunos a buscar certificados de proficiência reconhecidos, como o PET (Preliminary English Test) ou o FCE (First Certificate in English), ambos de Cambridge, até porque sabem que os objetivos do trabalho realizado são mesmo pouco ambiciosos, do ponto de vista acadêmico.
Agora, a dinâmica do mundo não permite que isso continue assim, e o inglês tende a se tornar tão valorizado quanto as demais disciplinas do currículo escolar. O mesmo acontecerá também na rede pública, só que em um ritmo mais lento, claro.
Não é possível mudar esse quadro do dia para a noite, mas é hora de começar. Escolas que oferecem bom ensino de idiomas são aquelas que conseguem incorporar um pouco da cultura de outros países em nossa própria cultura, que produzem vivências, situações práticas e significativas para os alunos. É preciso formar equipes afinadas, estabelecer objetivos, integrar o inglês ao projeto pedagógico e dedicar efetiva prioridade ao tema, hoje relegado a um espaço menos nobre na grade horária.
É tempo de começar a pensar neste assunto, que pode enriquecer a escola do ponto de vista cultural e vir a se tornar até mesmo um interessantíssimo diferencial competitivo.
Cíntia Maria Falaschi é suporte pedagógico de língua inglesa do Ético Sistema de Ensino (www.sejaetico.com.br), da Editora Saraiva.
0 Comments