Com o excesso de entretenimento eletrônico e rotinas cada vez mais extenuantes, os pais acabaram se afastando do desenvolvimento dos filhos, já que não brincam e não passam muito tempo com eles. Reunir a família em prol do bom desenvolvimento da criança é um dos focos da psicopedagoga e fonoaudióloga Sheila Leal, criadora do projeto Filhos Brilhantes.
“Nas brincadeiras, as crianças se aproximam dos pais, e ambos passam a se reconhecer melhor”, explica a especialista. “Isso é primordial para ajudar no desenvolvimento das crianças e ainda ajuda a identificar um possível distúrbio no tempo certo”, destaca, já que quanto mais cedo forem tratados os transtornos ou dificuldades de aprendizagem, menos problemas a criança terá de enfrentar.
Para ajudar os pais, Sheila ensina 8 brincadeiras para diferentes etapas do desenvolvimento da criança, e que os pais podem fazer em casa.
Até 4 meses:
Nos primeiros meses de vida, o ideal é oferecer brinquedos que fazem barulhos como chocalhos, ou até mesmo garrafinhas com grãos dentro, as crianças adoram. Mordedores também são bem importantes, pois nos primeiros meses de vida a criança conhece o mundo pela boca, por isso essa necessidade de levar tudo à boca, o bebê está aprendendo a descobrir o mundo através dos sentidos.
4 a 6 meses:
Na descoberta do mundo ao seu redor, os bebês de quatro a seis meses começam a se dar conta de como podem jogar coisas no chão e movimentar objetos. “Nesta fase, é legal dar brinquedos de pano para a criança movimentar, e deixa-la rolar uma bola, por exemplo”, ensina Sheila.
6 a 10 meses:
Neste período, segundo Sheila, deve-se começar a utilizar brinquedos de encaixe que emitem sons, e já são recomendados os livros de pano ou plástico. “Nesta fase, a criança já consegue identificar melhor as formas e os sons, e manusear os livrinhos feitos para bebês, explorando texturas diferenciadas”, destaca a psicopedagoga.
10 meses a 1 ano:
Sem deixar de lado os brinquedos dos meses anteriores, Sheila destaca que a partir dos 10 meses os bebês começam a ter mais noção de balanço do próprio corpo. “Comece a brincar de dançar músicas e ofereça a oportunidade de o bebê movimentar o próprio corpo, como em cavalinhos de balanço, por exemplo”.
1 a 2 anos:
Nesta fase, os pequenos já começam a poder empilhar coisas. “Você pode brincar de empilhar alguns objetos, seja os brinquedos específicos, seja outros da casa, como copos de plástico”, sugere a especialista. “A partir de 1 ano e meio, já é interessante começar a brincar com o corpo, como uma pequena aula de ginástica, em que você pede para colocar as mãos para cima e depois para baixo”.
2 a 4 anos:
Sheila ensina que esta é a fase em que a criança começa a desenvolver melhor o equilíbrio. “Você pode fazer um caminho dentro de casa e brincar de caminhar como um leão ou como uma tartaruga dentro e depois fora da linha, por exemplo”, sugere.
4 a 6 anos:
Segundo a psicopedagoga, a partir dos quatro anos os pequenos começam a ter mais dominância sobre os números, letras e traços. “Você pode brincar de desenhar e colocar letras em grandes folhas de papel, como várias sulfites coladas”, destaca.
6 a 8 anos:
Nesta fase, Sheila explica que as crianças já estão aprendendo a escrever e conectar as letras e os fonemas. “Comece a brincar de forca ou ‘stop’, e faça jogos de desenhar ou imitar animais que tenham a letra R, por exemplo”, indica.
Com estas brincadeiras, a especialista destaca que é possível identificar eventuais problemas de desenvolvimento. “As crianças têm até os 4 anos e meio a 5 anos para adquirir todos os sons da língua, incluindo os últimos que consegue aprender, como o ‘pra’ de prato e o ‘tra’ de trator”, destaca. Para estar atento aos filhos e saber o momento de procurar ajuda profissional, é preciso estar presente na brincadeira. “Desligue a TV, deixe o celular por um tempo, e dedique-se somente ao seu filho”, alerta Sheila.
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