5 sintomas de Transtorno Obsessivo Compulsivo durante a infância

Psiquiatra explica que o TOC infantil existe e qual é a importância do diagnóstico precoce para o tratamento ser mais efetivo.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 720 milhões de indivíduos no mundo inteiro sofrem com algum tipo de transtorno mental. Nos jovens, 16% da carga global de doenças e lesões são transtornos dessa natureza, entre eles, o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), caracterizado por pensamentos e medos irracionais que levam a comportamentos compulsivos.

São diagnosticadas pessoas, com TOC, aquelas, cujo comportamento, está na repetição de ações, atividades, ou até mesmo pensamentos que são compulsivos, impulsivos, e obsessivos. “Ao contrário do que muitos imaginam, os adultos desenvolvem este tipo de transtornos ainda quando crianças, mas por falta de informação e conhecimento, são ignoradas”, revela o Dr. Sérgio Rocha, psiquiatra e diretor da Clínica Revitalis.

De acordo com o especialista, esses atos contínuos geram estresse, angústia e podem vir a sugerir ansiedade, sentimentos que dificultam a socialização das crianças, o aprendizado escolar e o desenvolvimento das relações. “É essencial que os pais, familiares e acompanhantes pedagógicos prestem extrema atenção a qualquer ato, fala, ou sentimento da criança que saia dos padrões comuns”

Uma das maiores questões quando se diz respeito ao tema, está em identificar os sintomas que podem levar a criança ao diagnóstico do transtorno obsessivo compulsivo. “”A conscientização sobre a condição é importante, mas não pode excluir a opinião, após a observação do paciente, de um médico”, comenta.”.

De acordo com o Dr. Rocha, existem, ao menos, cinco sintomas presentes em crianças que são fáceis de serem identificadas, porém não podem ser generalizadas. “ Os sintomas diferem de criança para criança. Geralmente são os mais evidentes, mas não é uma regra, pois transtornos são manifestados de maneiras distintas em cada indivíduo.

1- Preocupações obsessivas

Crianças portadoras de TOC tendem a ter preocupações obsessivas, por exemplo, podem vir a se preocupar exageradamente com seus familiares. “Imaginam cenas perturbadoras e catastróficas, como acidentes envolvendo pessoas queridas, o que os leva a ter ansiedade. Claro que a preocupação é um sentimento natural do ser humano; entretanto, quando mostra-se de maneira excessiva e desmesurada, pode ser indício de TOC”, explica o especialista.

2- Rituais exagerados

Rotinas são essenciais para as crianças pois as ensina a como viver de maneira organizada. Os rituais presentes no dia-a-dia, como o almoço, tomar banho e escovar os dentes são importantes para a conscientização infantil. Entretanto, a partir do momento em que esses tipos de atividades começam a se tornar repetitivos de maneira exagerada, como a repetição de escovações dentais de modo exabundante, talvez seja necessário uma intervenção pois o ato é uma característica do transtorno obsessivo compulsivo. O Dr. Rocha diz que normalmente esses rituais são comuns em procedimentos higiênicos cotidianos, como lavar as mãos.

3- Obsessão pelo simétrico

O TOC catalisa em crianças a necessidade da organização em simetria. “Esse sintoma é um dos mais famosos quando falamos sobre o transtorno pois a obsessão pelo “perfeito” é uma forte característica dele. Infelizmente, essa exigência gera irritabilidade e angústia, já que nem tudo ao nosso redor é simétrico, aliás, poucas coisa são”, exibe o médico. Pode vir a ser observado em crianças em momentos de organização e arrumação. Nessas situações, é importante a atenção do responsável sobre o procedimento de arranjo da criança.

4- Dificuldade em admitir erros

No caso dessa condição é necessária preocupação especialmente na escola. Isso porque nesse meio, os acertos e erros são expostos a todo momento, desde em atividades matemáticas até em relações interpessoais com outras crianças. “Se ao errar a escrita de alguma palavra, uma conta, ou tomar uma bronca da professora por alguma atitude imprópria com algum suposto colega o indivíduo sofrer exageradamente (de modo bravo ou triste), existe a possibilidade da criança dispor do transtorno”, mostra Rocha.

5- Crise de desatenção

Por estarem imersas em seus próprios pensamentos e preocupações, as crianças com TOC geralmente possuem problemas com relação a atenção. A desatenção é algo comum entre os infantos mas, mais uma vez, quando o caso é extremo, é importante ficar atento a essa possível condição: “A desatenção é prejudicial de várias maneiras. Uma delas, é em relação aos estudos. Crianças com TOC podem adquirir problemas escolares devido a essa circunstância e, por isso, mais uma vez coloco em pauta a importância de um tratamento logo após a descoberta do diagnóstico para evitar situações agravantes no desempenho do indivíduo”, conclui Sérgio.


Sobre a Clínica Revitalis – Fundada em 2013 , no Rio de Janeiro, mais precisamente na reserva biológica de Araras-Petrópolis, no Rio de Janeiro, a clínica conta com 82 leitos de internação e preza pela excelência no que se refere ao tratamento de saúde mental. Em 2017, abriu uma filial em Botafogo, na capital fluminense. Atualmente é referência no tratamento de transtornos em saúde mental e dependência química para o público infantojuvenil. Entre os serviços ofertados pela clínica estão a internação, o Hospital-Dia, o ambulatório e a eletroconvulsoterapia (ECT). A clínica busca oferecer uma solução completa em saúde mental focando a excelência no tratamento através da combinação de valores humanos e competência técnica.

Sobre o Dr. Sérgio Rocha – Médico especialista em Psiquiatria, fez residência médica pela Marinha em 2006. Em 2007 fez pós graduação latu sensu em Psiquiatria pela PUC-Rio, sendo convidado em 2009 para ser professor de psicofarmacologia e coordenador da pós-graduação em Psiquiatria da PUC-Rio, atuando assim até 2017. Também é mestre em Neurociências pela IAEU, BAR — Espanha (2015), especialista em Dependência Química pela UNIFESP (2017) e pós graduado em Psicopatologia Fenomenologica pela Santa Case de São Paulo (2019). Atuou na Clínica Revitalis como Diretor Técnico desde sua fundação em 2013.

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