Aguçar a curiosidade, estimular a imaginação, desenvolver a linguagem, promover o crescimento saudável. O hábito de ler para as crianças promove benefícios que vão além das experiências cognitivas. As histórias também minimizam aspectos da solidão, despertam hormônios do prazer e do relaxamento, e estreitam a relação familiar.
Mas como criar um ambiente propício para a leitura e encantar as crianças por meio dos livros?
A escritora e mediadora de leitura, Cléo Busatto, tem as dicas! Autora de 25 obras, entre as quais Como vender bem – a arte de se comunicar contando histórias, Cléo criou um roteiro, com o passo a passo para pais, avós e outros cuidadores se tornarem verdadeiros contadores de histórias e, assim, despertarem nas crianças o gosto e o hábito da leitura. Confira!
Crie um ambiente leitor (se é que você ainda não tem um!). Sabe como é uma casa-leitora? Ela tem livros espalhados pelos ambientes, têm revistas, gibis, enfim, suportes que carregam o texto.
Ok. Tablet, celulares, leitores de e-book, computadores também são suportes para o texto. Mas lembre-se, o livro é o único deles que não precisa de tomada para funcionar e não descarrega. Dá até para levá-lo à cabana de lençóis e se divertir.
Para as tarefas escolares, a sugestão é criar uma rotina. Estabeleça um horário para elas, assim a criança vai saber que tem um compromisso com o estudo. Agora, ao se falar de leitura literária, relaxa, vale qualquer horário: ao acordar, no meio da manhã, como sobremesa depois do almoço, no meio da tarde, antes de dormir. O tempo da literatura é elástico e constante.
Até aqui preparamos o ambiente com dicas pragmáticas relacionadas ao espaço. Agora vamos à prática. Você vai soltar a sua contadora de histórias e encantar as crianças. Quer ver?
Antes de iniciar, esqueça sua profissão. Pense apenas no personagem que você busca – o contador de histórias e seu bornal de encantos! Visualize-se como este sujeito que detém o poder de lançar imagens no ar e provocar encantamentos sobre o ouvinte.
Leia muito. Se você não for um bom leitor, tampouco irá conseguir contar uma boa história, daquelas com ponto, vírgula, interrogação, exclamação, suspense, encantamento e convencimento.
Escolha literatura de qualidade. Leia em voz alta. Ouça a sua leitura. Perceba o que deve e pode ser alterado, para que ela se torne mais fluida e envolvente. Lembre-se, a linguagem é um arranjo de sons, não de letras.
Leia para você e para o outro. Faça da leitura para a sua criança um ato de amor. Leia, nem que seja algumas páginas por dia.
Leia uma história com alma, daquelas que trazem valores humano. Eles sempre são atuais. Com isto, você colabora para que a criança amadureça emocionalmente. Leia livros que andam de mãos dadas com a fantasia. Ela nutre a criança e a prepara para se tornar um adulto mais íntegro e, consequentemente, feliz.
Descubra a hora certa para contar história. Perceba se há disponibilidade da criança em lhe ouvir. A comunicação só ocorre quando duas ou mais pessoas estão predispostas a ela. E se você for um bom contador de histórias, ela vai pedir mais.
A fala que convence tem suas especificidades, como o domínio do ritmo, a exatidão das intenções e a visualização interna das imagens apresentadas pelo texto.
A última dica, mas não a menos importante, é esta: conte o coração. Isto significa doar o que você tem de melhor. Compartilhe com a criança suas experiências de vida e seus afetos através do texto que você lê ou narra. Doe ao personagem a sua alegria, sua tristeza, sua coragem, seu temor, sua esperança. Humanize os personagens.
A leitura tem o poder de educar as crianças para a vida, e ensinar valores para torná-las mais empáticas, amorosas e solidárias.
Ficha Técnica:
Título: Como vender bem – a arte de se comunicar contando histórias
Autora: Cléo Busatto
Editora: Vozes
ISBN: 978-8532653628
Formato: 14 x 21 cm
Páginas: 80
Link de compra do livro: https://amzn.to/3hAUxg5
Sobre a autora:
Cléo Busatto é uma artista da palavra. Publicou seu primeiro livro Dorminhoco, em 2001. Tem 25 obras editadas, entre literatura para crianças e jovens, teóricos sobre narração oral, oralidade e mídias digitais, que venderam aproximadamente 300 mil exemplares. Eles fazem parte de programas de leitura e catálogos internacionais, como o da Feira do Livro Infantil de Bolonha – Itália. Em 2016, A fofa do terceiro andar foi finalista ao Prêmio Jabuti, na categoria juvenil. Contou histórias para mais de 150 mil pessoas, no Brasil e exterior. Produziu e narrou histórias no meio digital, resultado de uma pesquisa que originou 5 mídias e 3 livros e foi tema da sua dissertação de mestrado na UFSC. Formou em torno de 80 mil pessoas, em oficinas e palestras, com os temas literatura, leitura e oralidade. Mestre em Teoria Literária, pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Pesquisadora transdisciplinar formada pelo Centro de Educação Transdisciplinar – CETRANS | SP. Realizou centenas de ações educativas-culturais em Secretarias de Educação, de Cultura, unidades do SESC e outras instituições públicas e privadas, em mais de 150 municípios do Brasil e do exterior.
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