Renato Kaufmann desvenda os caminhos tortuosos por onde passa a mente de um homem que se vê, de um dia para o outro, com uma filha nos braços, sem saber direito o que fazer. Com um humor ao mesmo tempo cáustico e comovente, ele faz um panorama surpreendente de um pai nessa sempre primeira viagem.
Passado o momento mágico do nascimento, o sentimento de alegria que invade o pai dá lugar ao temor. E agora? Aquele bebê hipnotizante precisa de banho, de comida, de atenção e de cuidados. A mãe parece vir pronta para tudo: leite, colo e uma conexão automática com a criança. Mas e o pai? Como ele vai enfrentar a saga de romper definitivamente o cordão umbilical da gravidez e participar a fundo da criação de um filho? Não há outro meio: o jeito é mergulhar de cabeça, encarando desafios grandes e pequenos, como a hora do banho, do arroto, madrugadas insones e até mesmo a resistência da mãe. Desajeitado ou não, o pai precisa estabelecer contato com aquela criaturinha frágil, que cresce muito rápido e que recompensa os exaustivos tropeços com um olhar que guarda todas as maravilhas do universo.
Esse é o enredo de Como nascem os pais (208 p., R$ 48,90, Mescla Editorial), de Renato Kaufmann, autor do best-seller Diário de um grávido. Se o primeiro livro surgiu da necessidade de desabafar por causa da incerteza de acompanhar uma gravidez, o segundo é o retrato fiel e bem-humorado dos dois primeiros anos de uma menina na vida de seu despreparado pai. Criador do blog Diariogravido.com.br, que tem milhares de seguidores e presença também no Facebook e no Twitter, Kaufmann escreve crônicas baseadas em fatos reais, relatando o aprendizado cotidiano de alguém cujo maior mérito – nas suas palavras – até então tinha sido cuidar de dois gatos.
“Uma hora você percebe que, apesar de inexperiente e tapado, foi de alguma forma talhado para a coisa”, afirma Kaufmann. Na nova onda dos pais participantes, ele conta no livro inúmeros episódios: dos primeiros banhos à tradução dos misteriosos “fonábulos”, passando pela primeira doença grave, a evolução da mobilidade em um bebê que não para quieto e as noites de insônia, o autor desafia a ideia que as mães são os únicos seres prontos para cuidar de suas crias e mostra que o amor pelos filhos é uma escola diária, da qual ninguém sai completamente aprovado.
Abordando um tema universal, o autor dá a ele contornos ora chocantes, ora surreais, fazendo do bom humor e da coragem frente ao ridículo as suas principais armas para vencer os percalços do dia a dia. “De repente pai de menina, aquelas piadas que você antes costumava fazer com seus amigos, agora, inspiram instintos assassinos”, conta. A emoção de ouvir “papai” pela primeira vez, o vazio inexplicável causado por um fim de semana longe da pequena, a revolta diante das mentiras ou das histórias cruéis que se contam para as crianças – tudo isso Kaufmann descreve com sinceridade ímpar.
Ao longo do livro, sobra espaço até para algumas dicas práticas – afinal, ninguém é de ferro. “É de dar orgulho (e surpresa) que ainda por cima acabe ajudando outros pais, somos um bando de cafés com leite. A minha filha me transformou em um ser muito melhor, quiçá um cappuccino”, afirma o autor, que acrescenta: “Pais de todo mundo, zumbi-vos!”
O autor
Mestre em Comunicações Interativas pela Universidade de Nova York, Renato Kaufmann é redator publicitário durante o dia e escritor durante a noite. Finge nunca ter sido jornalista, mas escreveu para a Folha de S.Paulo, o Jornal da Tarde, para revistas como Superinteressante, Set, +Dinheiro e Pais&Filhos e foi correspondente internacional do iG em Nova York. Renato Kaufmann desvenda os caminhos tortuosos por onde passa a mente de um homem que se vê, de um dia para o outro, com uma filha nos braços, sem saber direito o que fazer. Com um humor ao mesmo tempo cáustico e comovente, ele faz um panorama surpreendente de um pai nessa sempre primeira viagem.
Como nascem os pais – Crônicas de um pai despreparado
Autor: Renato Kaufmann – Editora: Mescla Editorial
Preço: R$ 48,90 – Páginas: 208
ISBN: 978-85-88641-16-7
0 Comments